Conrado Lima: uma análise da economia em maio
Conrado Lima: uma análise da economia em maio
Empresário é sócio-fundador e CEO da Care Multi-Family Office, em São Paulo
No cenário global, a economia em maio foi marcada por moderação inflacionária e tensões comerciais, com políticas monetárias divergentes entre principais blocos. A análise é do empresário Conrado Lima, sócio-fundador e CEO da Care Multi-Family Office, em São Paulo, profissional antenado e com décadas de experiência no mercado financeiro, acostumado a lidar com grandes fortunas e investimentos.
"Nos Estados Unidos, por exemplo, a inflação anual medida pelo CPI caiu para 2,3% em abril, o menor nível desde fevereiro de 2021, com o núcleo (excluindo alimentos e energia) em 2,8%", explica Conrado. "O Federal Reserve manteve as taxas de juros entre 4,25% e 4,5%, sinalizando possíveis cortes no segundo semestre, dependendo do impacto das tarifas comerciais anunciadas pelo governo Trump. Já a Zona do Euro registrou inflação de 1,9% em maio - abaixo da meta de 2% do BCE - impulsionando expectativas de cortes adicionais, após a redução de 0,25 ponto percentual em abril".
Ainda segundo o executivo da Care, a China reportou crescimento do PIB de 5,4% no primeiro trimestre, sustentado por exportações, mas enfrentou incertezas devido às tarifas de até 10% impostas pelos EUA. "Apesar do superávit comercial de US$ 6,5 bilhões em maio, analistas alertaram para riscos de desaceleração no segundo semestre, com possíveis reduções na demanda global."
Conrado Lima avalia que as tensões entre EUA e China dominaram a agenda global. "As tarifas 'recíprocas' de Trump, que reduziram alíquotas de 125% para 10% em setores não estratégicos, geraram incertezas sobre cadeias de suprimentos e investimentos. A OMC alertou para riscos de fragmentação comercial, enquanto a OCDE projetou crescimento de 1% para a Zona do Euro e 4% para a China em 2025, abaixo de expectativas anteriores."
Ele traça um panorama local: "A economia brasileira em maio apresentou sinais de moderação inflacionária, embora persistissem pressões setoriais. O IPCA-15, prévia da inflação oficial, registrou 0,36% no mês, abaixo dos 0,43% de abril e 0,44% de maio de 2024. No acumulado de 12 meses, o índice permaneceu em 5,40%, ainda acima do teto da meta de 4,5%. Os principais pressionadores foram energia elétrica residencial (+1,68%) e medicamentos (+1,93%), enquanto alimentos desaceleraram para 0,39%, contribuindo para alívio temporário."
O Banco Central elevou a Selic em 0,5 ponto percentual para 14,75% ao ano, visando ancorar expectativas inflacionárias, diante da persistência de riscos. A decisão refletiu preocupações com a "desancoragem" das projeções de inflação, que seguiam em 5,53% para 2025 no Boletim Focus. O mercado de trabalho mostrou resiliência, com taxa de desemprego em 7% no primeiro trimestre - a menor para o período desde 2012. Contudo, o aumento sazonal de 891 mil desocupados em 12 estados sinalizou pressões localizadas.
"No setor real, o PIB cresceu 1,4% no primeiro trimestre, impulsionado pela agropecuária (+12,2%) e serviços (+0,3%), enquanto a indústria manteve estabilidade (-0,1%). A balança comercial registrou superávit de US$ 6,5 bilhões em maio, com corrente de comércio expandindo 5,1% pela média diária", conclui o empresário Conrado Lima.
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"A economia brasileira apresentou sinais de moderação inflacionária", avalia o executivo Conrado Lima
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