Falso eu
CONVERSAS PSICANALÍTICAS COM O DR. EDUARDO BAUNILHA
Falso eu
As crianças tentam entender a vida e o mundo inventando histórias sobre eles. Pensam em como devem agir diante de situações não muito agradáveis, para conseguir sobreviver a angústia que acompanha estes contextos. Para tanto, criam um falso eu, para viverem o que se denominam de fantasia de cura, porque se não agirem assim, podem chegar a ordem do insuportável.
Sabe aquela criança que nunca consegue agradar a pais que estão sempre desejando mais delas?
É típico de pais emocionalmente imaturos cobrarem dos filhos aquilo que não conseguiram alcançar, como se projetassem no rebento o que gostariam de ter sido ou feito. Obviamente que é, na maioria das vezes, uma ação inconsciente e ao mesmo tempo bastante injusta, pois cada pessoa tem expectativas e sonhos distintos que, muitas vezes não se coadunam com o desejo do outro, ou não devem coadunar.
A grande questão é que o falso eu não tem energia própria, tendo que se alimentar do verdadeiro eu. E é extremamente cansativo este processo, porque representar um papel é muito angustiante que você ser você mesmo.
E é muito interessante notar que, muitas pessoas depois de um bom tempo de análise, entendem a importância da autenticidade e percebem o quanto é grandioso ser o que desejam. Abandonar um papel que não é seu traz leveza e saúde.
E por que isso acontece?
Porque viver um falso eu me traz uma determinada tristeza porque teremos que sustentar um modus operandi que não vai durar para sempre, podendo atrapalhar de termos relacionamentos genuínos com as pessoas, por ser apenas uma representação.
Viver um eu verdadeiro, deixando de lado o falso eu, nos doa uma visão da realidade que desejamos viver, nos proporcionando forças para avançar, por meio da coragem que ela encerra.
Que sejamos firmes naquilo que acreditamos para não vivermos qualquer tipo de representação.
Instagram: eduardo_baunilha_psicanalista
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